Ultra Music Festival: primeiro dia ocorre entre altos e baixos
A primeira noite do Ultra
Music Festival, que rolou no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 14 de outubro,
comprovou que o carioca segue sendo amante dos ritmos eletrônicos. O público
compareceu em peso ao evento, que é considerado o maior do gênero no planeta.
Com uma programação que
inclui diversos DJs de várias nacionalidades, entre eles os brasileiros Roger
Lyra, que abriu o evento e Renato Ratier, o primeiro dia contou também com o
produtor e DJ alemão Markus Schulz, que fez tão bonito quanto o que rola no
renomado programa Global DJs Broadcast, que pilota através da internet
naturalmente. Após duas semanas decidindo onde seria a nova edição, já que o Ipham embargou o evento na Quinta da Boa Vista, a equipe do Ultra rapidamente se movimentou para que ele ocorresse no Sambódromo do Rio de Janeiro.
Atração do palco UMF Radio, Markus Schulz sem dúvida fez o
melhor set da noite, mesclando um excelente progressive house às nuances do
Techno. Aliás, a tenda estava infinitamente melhor do que o Main
Stage. Se o som era um pouco inferior, em termos de programação e set ficou
infinitamente maior.
Simultaneamente a Schulz,
quem fazia a festa no Ultra Main Stage era o Krewella, renomado projeto de Drum
and Bass, formada em Chicado em 2007 pelo produtor Kris Trindl e as irmãs Jahan
e Yasmine Yousaf. Com energia lá em cima e excelente interação com o público,
as meninas mandaram super bem e conseguiram segurar a pista, fazendo um live à
altura da grandiosidade do Ultra, construindo uma boa cama para o falastrão
Carnage, um DJ que tem origem na Guatemala mas que cresceu em Los Angeles.
A
mistura proposta por Carnage na edição carioca do Ultra foi bem popular, o que
dividiu opiniões. Tocando de hits bem
conhecidos como ´Hello´, da Adele ao reggaeton de Daddy Yankee, com a manjada
Gasolina, o Dj conseguiu algunas aplausos, mas sem grande ânimo por parte do
público.
A apresentação de Carnage,
pseudônimo de Diamanté Anthony Blackmon
foi bem morna, cheia de interrupções para gritos como ´tudo bem´ e ´make some
noise´, o que ajudou a dar uma leve esvaziada na pista. Enquanto isso, o alemão
Markus Schulz seguia fritando a galera no palco UMF Radio. Sem dúvida, a melhor
apresentação da noite.
Apesar do palco UMF Radio
contar com o Infected Mushroom no line, a atração mais aguardada da noite
seguia sendo o Above and Beyond, no palco principal. Formado na Inglaterra em
2000, o trio conta com Paavo Silkamaki, Jono Grant e Tony McGuinness. O grupo
de DJs entrou pegando pesado, já levantando a galera na primeira parte do set
com o som do Depeche Mode, ´Personal Jesus´, entre outros.
Pontos negativos do UMF
O UMF é considerado o maior
festival de música eletrônica do mundo. O título não foi adquirido sem mérito,
obviamente, porém há importantes pontos a serem vistos e revistos. O principal é a segurança. Nossa equipe
entrou sem uma revista sequer, o que abre um enorme precedente para que outras
pessoas mal intencionadas adentrem ao espaço, tendo consequências
imprevisíveis.
A imprensa não tem acesso à
pista VIP, tendo que disputar espaço entre os frequentadores ao longo da pista
enorme e lotada para conseguir bons clicks. Além de não ter acesso à área reservada,
até na entrada do evento a questão da organização deixou muito a desejar, pois
os nomes dos credenciados não constavam na lista de imprensa.
Roubos e falta de policiamento
Até a entrada do Above and
Beyond estava tudo correndo tranquilo, quando começaram então algumas
confusões, brigas isoladas e alguns roubos. No começo da apresentação do trio
inglês, nossa equipe foi cercada por três pessoas que mal encaradas, nos
levaram telefones celulares e por pouco não perdemos nossa câmera. Procuramos
por profissionais da segurança que trabalhassem no evento para que nos
informassem sobre como proceder para realizarmos ao menos um registro de
ocorrência mas ninguém sabia informar nada à respeito. Depois de rodarmos por
meia hora dentro da Apoteose em busca de algum auxílio, decidimos abandonar o
evento, temendo que algo pior acontecesse conosco e ao nosso equipamento.
Cartões pré pagos, horários determinados e valores
abusivos
Para consumir qualquer coisa
dentro do Ultra Music Festival você precisa adquirir um cartão ao absurdo valor
de R$ 6,00, que ficava retido, sendo reembolsado após o término do uso do crédito
referente aos itens que as pessoas consumiam.
Um copo de 300 ml de cerveja
quente saía a absurdos R$ 10,00, o que para um evento desse porte configura
quase uma extorsão. Prontamente nos
comprometemos e nos submetemos a todo o esquema, sendo que logo após o assalto,
decidimos ir embora com nossa equipe, o que para nossa surpresa, seria
impossível, já que a devolução dos R$ 6,00, retidos por conta do cartão pré
pago para a compra de produtos teria que ser apenas após as 23h. Ficamos
pensando em quem chegou ao evento às 15h e teve que ser obrigado a esperar 8
horas para finalmente ser reembolsado, caso desejasse deixar o local. Após um
enorme aborrecimento e uma quase briga por parte de várias pessoas que
desejavam reaver seus seis reais, o evento finalmente começou a devolver o
dinheiro.
Finalizando, os artistas
foram dez e suas apresentações fazem jus ao nome que construíram ao longo do
tempo, mas em relação ao Ultra, a organização precisa rever urgentemente suas
prioridades e posições. O que pudemos ver foi um evento com pouquíssima
segurança, desorganização em termos de credenciamento e zero consideração em
relação aos clientes que pagam 300% a mais por uma cerveja e ainda precisam
aguardar uma hora exata para poderem reaver seu investimento sobre um cartão de
crédito imposto a peso de ouro. Tomara que essa brincadeira de mau gosto seja
apenas no Brasil.
Ultra Music Festival: primeiro dia ocorre entre altos e baixos
Reviewed by luckveloso
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