Venice - experiencias

Veneza, 7 de setembro de 2010
Sou um verdadeiro desastre quando cismo em fazer compras, mesmo aquelas básicas. Cheguei ao mercado Panorama em Veneza e fui verificar o que precisaria comprar, iniciei pelo sabonete, creio que o único acerto desta minha saída as compras. Um produto genuinamente italiano com essência Musk, muito bom, o resto nao me pareceu grande coisa. Comprei umas camisetas para suportar a nova temporada de frio que inicia agora e ainda umas revistas. As melhores que achei foram a DJ Mag, com Bob Sinclair na capa e uma interessante matéria sobre novos controladores digitais e a Rolling Stone, dedicada ao universo feminino e trazendo Patti Smith na capa. Tudo em italiano, claro. Estou me forcando a aprender mesmo que na marra, aproveitando o convívio com os capos que tem por aqui.
Em Veneza geralmente saímos com o mesmo grupo, ou seja, eu, o guitarrista venezuelano Jose Luiz, o engenheiro de som romeno Paul, Daniel, o técnico também romeno e meu grande brother. Sim, o mesmo com o qual quase sai no tapa. Mais um engenheiro de maquinas e um outro cara que nao sei quem é. Nao é que evitemos sair com as mulheres, mas é que sao muito indecisas e como sempre temos pouco tempo, apesar da overnight, costumamos sair em um grupo de homens, porque o papo também é muito mais aberto e engraçado. Tentamos ir novamente ao pub de duas semanas atras mas estava fechado e fomos a outro endereço, ali perto. Passei o dia comendo pizza e tomando cervejas, tentando ainda fumar os charutos cubanos que havia comprado, alguns para presentear meu irmão e outros para Jose Luiz, que fuma eventualmente. Como sabem, nao fumo, mas gosto do cheiro do charuto, ainda mais o mini, muito agradável.
A combinação nao deu muito certo. Cerveja, pizza aos montes e charuto… ao final da tarde, já estava sentindo-me enjoado, mas o clima estava muito agradável e como sempre achamos que nada de mal nos vai acontecer, tome de cerveja e pizza. Quando pedimos a conta e finalmente retornamos, no meio do caminho comecei a me sentir muito mal, péssimo para ser mais sincero. Me faltou chão e fiquei mega tonto e nao tive outra alternativa a não ser a de parar e aguardar o inevitável… o retorno de tudo o que havia ingerido durante o dia boca a fora. Foi o que aconteceu. Aquela sensação de "acho que vou morrer" veio forte e voltar para o navio foi difícil, mas consegui. Minha cabeça estava péssima e Daniel sugeriu que o outro técnico fizesse a noite, o italiano Maximiliano. Achei ótimo, nao queria encarar a boite sentindo aquilo e fui tomar um banho e deitar.
Em uma hora tomei outro banho frio e fiquei novo em folha! Liguei para Daniel para falar que iria subir para tocar mas o cara insistiu que eu nao fosse, que deixasse o outro tecnico e também DJ, que é um tanto preguiçoso, trabalhar um pouco. Insisti mas nao teve jeito, Daniel nao queria me deixar trabalhar. Gostei. Havia tempos que queria ficar pelo menos uma noite de bobeira, sem nada a fazer, mas decidi que nao ficaria assim na minha cama, ainda mais estando na minha única overnight em Veneza. Convidei Daniel para irmos ao Picollo Mondo, que é a única boite que realmente funciona na obscura Veneza durante a noite. Apos uma certa resistência, já que o cara é um verdadeiro workaholic, rumamos para la. ´E muito interessante andar por Veneza a noite. Nao ha nada pelo caminho, somente os becos escuros e pontes sobre os canais inundados e uma ou outra pessoa passando. O tempo estava frio e logo encontramos outras pessoas conhecidas e agora éramos um grupo rumando ao pub.
O Picollo Mondo é muito famoso em Veneza e entre quem trabalha nos navios, portanto, quando chegamos havia muita gente dos barcos e creio que muito pouco da gente local. O lugar é um ovo e o DJ vai costurando os sucessos pops enquanto o telao mostra imagens de Veneza. Interessante mas o som é pobre, muito pobre. Apenas duas caixas menores do que as que geralmente usamos para ouvir musica no banheiro e uma delas, falhando a todo instante. Mas estava todo mundo já pra la de Bagda e creio que o único que pensava na qualidade do som a esta altura do campeonato era eu. O lugar nao tem nada de especial e nao entendi porque faziam tanta propaganda, mas foi engraçado, com gente escorregando no chão molhado e caindo eventualmente e todos dançando feito loucos durante sucessos óbvios colocados pelo DJ. A casa fecha religiosamente as quatro da manha, pois fica em uma área totalmente residencial, no porão de um prédio. Ao terminar, rumamos novamente pelas ruas escuras de Veneza.
Eramos um grupo relativamente grande mas fomos nos separando aos poucos e quando vi, estávamos somente em quatro. Um ou outro pegava um caminho diferente e alguns ainda nao queriam voltar para o navio. Eu sim. Finalmente cheguei e tratei de dormir, pois precisava estar inteiro para o dia seguinte. Quando fui almoçar, percebi que havia um grupo de amigos do navio rindo muito e fui saber do que se tratava. Me contaram que um do nosso grupo, um cara que trabalha no shopping do navio, havia parado para aliviar a cerveja, ou seja, tirar a água do joelho e acabou caindo no canal de Veneza… o outro foi ajudar dando a mao e caiu também… Nao presenciei isso, claro, mas fiquei rindo bastante imaginando a cena… Entao, ai vao dois conselhos, que nao se deve dar, mas… alias, três. Se for a Veneza, va ao Picollo Mondo por curiosidade mas saiba que nao é grande coisa… Se beber um tanto mais, evite caminhar na borda dos canais e por ultimo, se for comer pizza e tomar cerveja, nao cisme em fumar charuto cubano junto. Ainda mais se você nao for fumante, como eu.
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